O comportamento dos pais exerce um impacto muito grande na vida das crianças envolvidas neste núcleo familiar em fase de readaptação pós-separação.
Em muitos casos, os pais não notam o quão prejudicial ao desenvolvimento infantil é a percepção da criança quanto à animosidade havida entre os seus pais. Ajudá-los a entender o impacto da separação na vida dos filhos é uma árdua e constante tarefa que exige o esforço combinado de advogados, psicólogos e outros profissionais, cada um fazendo uso de sua expertise, mas visando o mesmo objetivo: proteger as crianças.
Há diversos estudos que relatam prejuízos de ordem física e psicológica que a ausência de um dos pais, por exemplo, pode causar. Sobrepeso, aceleração do amadurecimento sexual (no caso de meninas), indisciplina, tendência a desenvolverem um comportamento emocionalmente frágil, inclusive gerando problemas na formação da personalidade da criança, dentre outros, são questões que podem se perpetuar ao longo da vida adulta, fazendo com que tenham dificuldades em conduzir seus relacionamentos sociais, incluindo os de natureza amorosa.
Logo, não basta criar punições para o abandono material e afetivo ou a alienação parental. Um estudo muito interessante feito pelo comitê científico do Núcleo Ciência pela Infância (disponível no site:
https://bit.ly/2lW13Wh) relata a importância dos vínculos familiares na primeira infância e demonstra a relevância de políticas públicas para esclarecer e conscientizar a sociedade sobre o tema.
Mas então o que devem fazer os pais para evitar que suas divergências não afetem ou que, ao menos, os efeitos da separação na criança sejam minimizados? A resposta é longa, mas destaco que as crianças não merecem carregar a bagagem emocional que pertence aos pais. Estes devem sempre voltar os olhares para o infante antes da tomada de decisões, serem sempre honestos com a criança, não a envolverem no problema do casal como se fosse uma aliada, além de aplicarem uma visão prospectiva sobre como resolver a questão, pois os conflitos sempre irão existir, mas a sua resolução de maneira saudável cria base para a formação dessas crianças que, quando adultas, cultivarão um ambiente familiar saudável.